O livro é essencialmente uma fábula sobre o encontro de um homem sofrido com a Divina Trindade: Deus, Jesus e o Espírito Santo.
Achei a idéia bem interessante quando li a sinopse: um pai de família comum viaja para um acampamento com 3 de seus filhos. Lá, depois de um "descuido", sua filha caçula desaparece misteriosamente. Depois de uma busca policial, o vestido da menina é encontrado todo manchado de sangue em uma cabana. Anos depois, o pai recebe um estranho bilhete escrito: "Estarei na Cabana neste final de semana, se quiser, venha me ver, Assinado: Deus". O pai, que vivia depressivo, sem achar sentido na vida, resolve ir até a Cabana e lá acaba travando um diálogo com Deus e sua forma humana (Jesus) e espiritual (Espírito Santo).
Ao lê-lo, se tivermos o mínimo de imaginação e percepção, com certeza vamos parar para pensar em temas como a brevidade da vida e suas angústias e alegrias. Em algumas páginas, analisei minha jornada, seus percalços e como poderia melhorar ao lidar com assuntos difíceis ou traumáticos.
Mas, ao mesmo tempo, nós cristãos, temos que ter bastante cuidado, muita coisa relatada não condiz com as escrituras e tem muita gente, diga-se cristão, lendo e achando que o livro é uma revelação de Deus e não é bem assim, pelo menos ao meu ver. Por exemplo: "Ao afirmar que se a mulher fosse a cabeça, o mundo seria melhor" é dizer que Deus se arrependeu ou mudou de idéia, pois em I Coríntios 11:3 diz: "Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo o homem, e o homem a cabeça da mulher; e Deus a cabeça de Cristo." Outra coisa que achei bem intrigante foi dizer que na crucificação de Jesus a trindade estava lá reunida em todos os momentos. Discordo. Todo mundo sabe de có as palavras usadas por Jesus alguns minutos antes do seu último suspiro: "Eli, Eli, lamá sabactâni; isto é, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?"
Enfim, apesar de algumas distorções encontradas nesta ficção, eu gostei, pois abriu as cortinas e eu pude enxergar as coisas diferente. Vejo Deus não mais como um ser carrancudo e brabo, mas sim como um ser cheio de amor, de amor e de amor..... Depois de ler parece que um muro desabou na minha frente, a sensação é de liberdade espiritual.
Sem percebermos, nós, humanos, acabamos nos identificando muito com Jesus, por Ele ter estado aqui na terra como homem, e criamos uma imagem errônea de Deus. O Espírito Santo muitas vezes nem lembramos dele, parece o menos importante dos 3. Mas tudo isso é uma grande mentira, os 3 tem o mesmo valor, Eles se completam, Eles são demais.